Obesidade: Pandemia do Século XXI

27.05.23

A obesidade é caracterizada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como uma doença na qual existe uma acumulação excessiva de gordura, de tal forma que pode comprometer gravemente a saúde. É considerada uma doença crónica e em simultâneo um fator de risco para o desenvolvimento de inúmeras outras doenças, entre as quais, diabetes, doenças cérebro e cardiovasculares, musculoesqueléticas, hepáticas, renais, gastrointestinais e alguns tipos de cancro. Esta condição transversal a todas as faixas etárias é considerada um dos principais problemas de saúde pública mundiais e foi por esse motivo considerada pela OMS a epidemia do século XXI.

 

A nível europeu, o excesso de peso é um dos principais fatores de risco para a mortalidade, sendo responsável por mais de 10% das mortes anuais e 7% do total de anos de vida com incapacidade. A população portuguesa acompanha a mesma tendência, de acordo com os dados mais recentes, do Global Burden Disease. O processo de aumento de massa gorda é explicado por uma fórmula simples, ou seja, ingerir mais calorias do que aquelas que são gastas, promovendo desta forma um balanço energético positivo. No entanto, os fatores que levam ao aumento desta ingestão são vários e complexos, estes podem ter origem comportamental, genética, ambiental ou ser uma interação de todos. Constituindo os maus hábitos alimentares e o sedentarismo os principais determinantes, a modificação do estilo de vida é uma componente fundamental e indispensável na terapêutica do excesso de peso.

 

 

No que diz respeito à alimentação é essencial a promoção de um padrão alimentar adaptado às necessidades energéticas e nutricionais individuais, ajustado aos gostos pessoais e rotinas, estimulando um consumo de forma consciente e assente em mecanismos de autorregulação, de forma que seja sustentável ao longo do tempo.

 

Para este padrão alimentar são essenciais os seguintes princípios:

- Aumentar o consumo de hortícolas, frutas e leguminosas;

- Optar por cereais integrais;

- Usar métodos de confeção simples, que preservem os nutrientes dos alimentos, como as sopas, os estufados (com baixo teor de gordura);

- Controlar a quantidade de gordura total, quer de alimentos gordos, quer da gordura de adição (confeção, tempero);

- Reduzir da ingestão de produtos açucarados e açúcar de adição;

- Diminuir o consumo de produtos salgados, bem como o sal de adicionado;

- Fracionar as refeições ao longo do dia, para melhor controlo do apetite e regulação das quantidades;

- Moderar a velocidade da ingestão dos alimentos;

- Ingerir a quantidade de água adequada diariamente.

 

Não nos podemos esquecer que, aliar à dieta a prática de exercício físico, por todos os benefícios que este acarreta é o ideal. A realização de exercício físico de forma regular resulta em uma infinidade de benefícios saudáveis, ​​em pessoas com obesidade ou sobrepeso, e é recomendada para particamente todos os adultos. O exercício físico constitui uma parte importante da intervenção num cenário de perda ou controle de peso. A sua prática regular melhora o funcionamento de vários sistemas corporais, resultando em melhora da aptidão cardiorrespiratória e muscular, redução da adiposidade, aumento da massa muscular e sua qualidade e saúde óssea.

Apesar dos efeitos substanciais da obesidade, a perda de peso num cenário onde o indivíduo pratica exercício físico, pode resultar em uma redução significativa no risco para a maioria das doenças associadas á obesidade.

 

A OMS (Organização Mundial de Saúde) recomenda que adultos e idosos pratiquem pelo menos 150 minutos de atividade física de intensidade moderada por semana. Para crianças e adolescentes é recomendado 60 minutos de atividade física aeróbia de intensidade moderada por semana.

 

 

Bibliografia:

-World Health Organization. (1997). Obesity: Preventing and managing the global epidemic. Geneva: WHO

-World Health Organization. (2022). European Regional Obesity Report 2022. Copenhagen: WHO Regional Office for Europe. Licence: CC BY-NC-SA 3.0 IGO.

-Pinho, I., Rodrigues, S., Franchini, B., Graça, P. (2015). Obesidade: otimização da abordagem terapêutica no serviço nacional de saúde. Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável Direção-Geral da Saúde. Lisboa. ISBN 978-972-675-275-2

 

-Camolas, J., Gregório, M., Sousa, S., Graça, P. (2017). Padrão alimentar mediterrânico: promotor de saúde. Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável Direção-Geral da Saúde. Lisboa. ISBN 978-972-675-275-2

 

-Institute for Health Metrics and Evaluation (IHME). (2021). Portugal profile. Seattle, WA: IHME, University of Washington. Available from http://www.healthdata.org/Portugal. (Accessed 24-02-2023)

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