Dia Mundial da Hipertensão

17.05.23

A hipertensão é uma doença crónica, onde a pressão sanguínea se encontra constantemente elevada. Quando esta situação não é tratada, verificam-se danos nas artérias e órgãos vitais. É um grave problema de saúde pública e o principal fator de mortalidade e morbilidade no mundo. Esta patologia, como não provoca dor nem apresenta outros sintomas, é uma ameaça silenciosa.

 

Mundialmente, as doenças cardiovasculares são uma importante causa de mortalidade. Na Europa, estima-se que a hipertensão arterial afete cerca de 35-40% da população, e em Portugal estima-se que a prevalência de hipertensão arterial na população adulta (dos 18 aos 79 anos) seja de 43%. Dos doentes com hipertensão arterial, menos de metade estão medicados com fármacos anti hipertensores e só 11,2% estão controlados.

 

Na maioria dos casos (90%), não há uma causa conhecida para a HTA (Hipertensão Arterial). Diz-se que a Hipertensão Arterial é essencial ou primária. Noutras situações, é possível encontrar uma doença/condição associada que é a verdadeira causa da Hipertensão arterial. Neste caso estamos perante uma HTA secundária. São exemplos dessas doenças/ condições: a apneia do sono, a doença renal crónica, a síndrome de Cushing, o feocromocitoma, o hiperaldosteronismo primário, a coartação da aorta, a doença tiroideia e paratiroideia, a hipertensão renovascular, o uso de contracetivos orais e a gravidez. A hereditariedade e a idade também são dois fatores a ter em atenção. Em geral quanto mais idosa for a pessoa, maior a probabilidade de desenvolver a HTA.

 

Considera-se que uma pessoa é hipertensa quando apresenta, em pelo menos duas ocasiões diferentes, a média da PA nas medições efetuadas com valores iguais ou superiores a PAS (Pressão Arterial Sistólica) 140 mmHg e/ou PAD (Pressão Arterial Diastólica) 90mmHg, determinados por um profissional treinado e utilizando um aparelho validado e calibrado.

 

Desta forma, a HTA define-se por graus, de acordo com os valores de PA encontrados, sendo que os graus são importantes para definir a gravidade da doença e orientar a sua abordagem.

 

 

Tabela Hipertensão

 

 

Segundo o relatório Global Burden of Diseases (GBD), a ingestão de sal em excesso é o comportamento alimentar inadequado que mais contribui para a perda de anos de vida saudáveis. Este consumo excessivo apresenta-se como fator de risco para a HA, assim como uma alimentação inadequada. Por este motivo, quando se aborda a relação entre fatores nutricionais e controlo da pressão arterial, a redução do consumo diário de sal (inferior a 5g) é a principal recomendação, particularmente na forma de cloreto de sódio. Aliada a esta recomendação está o aumento da ingestão de potássio (3510mg por dia), que se destaca como determinante para a redução da pressão arterial e do risco cardiovascular. Contudo, é necessário ter especial atenção em caso de situações clínicas que requerem um controlo da ingestão deste micronutriente, por exemplo: a doença renal crónica.

 

Uma dieta com baixo teor de colesterol, gordura total e saturada, produtos açucarados, mas rica em frutas e hortícolas bem como em produtos lácteos magros também contribui para a redução da pressão arterial. Não esquecendo que um peso/IMC adequado é importante para o combate da hipertensão, o que destaca, uma vez mais, a importância de uma alimentação saudável, equilibrada e ajustada às necessidades de cada indivíduo. Destaca-se a Dieta Mediterrânica, por ser um padrão alimentar promotor de saúde que apresenta características que permitem uma adequada ingestão de potássio e sal, promovendo o respetivo balanço adequado.

 

É de notar que uma alimentação saudável é fundamental, não esquecendo a prática de exercício físico que ajuda a regular a elevação da pressão arterial, salientando também alguns hábitos a adotar como o repartimento dos alimentos por seis refeições por dia, comer pouco de cada vez e devagar, mastigando bem os alimentos, a moderação do consumo de álcool (até duas unidades – por exemplo, copo de vinho – por dia para o homem e uma para a mulher), evitar os enchidos, fumeiros, enlatados, aperitivos, refeições pré́-preparadas que para além do elevado teor de sal que muitas vezes apresentam, são também ricos em gorduras saturadas e colesterol.

 

 

Dia Mundial da Hipertensão

 

 

Fatores de risco:

- Idade (superior aos 55 para os homens, 65 para as Mulheres);

- Tabagismo;

- Obesidade (índice de massa corporal superior a 30 kg/m2);

- Inatividade física;

- Dislipidemia;

- Diabetes Mellitus;

- História familiar de hipertensão ou doença cardiovascular prematura;

- Taxa de microalbumina ou de filtração glomerular inferior a 60 ml/min.

 

Tratamento não farmacológico:

- redução da massa corporal;

- redução da ingestão de sódio;

- redução do consumo de bebidas alcoólicas;

- cessação tabágica (redução);

- diminuição de ingestão de gorduras saturas;

- exercício físico.

 

Promoção da saúde e prevenção

São vários os fatores cuja interação resulta em hipertensão, que é autocontrolada na comunidade e em casa ponto por isso, o adulto médio tem numerosas oportunidades para mudar o seu estilo de vida diário, de forma a reduzir o risco ou afetar o curso da doença ponto as diretivas dietéticas e estratégias de controlo do peso são importantes para doentes com patologia, mas também podem diminuir o risco de hipertensão em indivíduos normal tensivos ponto o mesmo se aplica à atividade. Os doentes hipertensos são incentivados a desenvolver um padrão de exercício aeróbico regular, que pode ajudar a controlar a sua hipertensão, contribuir para a perda de peso e diminuir os fatores de risco. O exercício aeróbico regular moderado tem provado resultar na diminuição contínua e de longa duração das pressões arteriais sistólica e diastólica, em repouso e durante o exercício. Alguns peritos acreditam que o exercício regular pode ser tão benéfico quanto a farmacoterapia no tratamento da hipertensão. Os doentes são aconselhados a evitar o exercício extenuante, particularmente atividades como levantamento de peso sobretudo de grandes cargas ou a manobra de valsalva. É preferível um esforço moderado continuado do que esforços curtos e violentos. As diretivas atuais para a atividade recomendam que a pessoa com hipertensão se envolva na atividade física moderadamente intensa, como 30 a 60 minutos de caminhada, corrida ou ciclismo durante pelo menos 4 dias/semana.

Devemos evitar a realização de exercícicos acima do nível da cabeça, decúbito dorsal, em apneia (manobra de valsalva) e isométricos pois são estes que poderão ter impacto no fluxo sanguíneo. 

 

Fontes:

1.Marta Ferreira, Raquel Esteves, Tânia Cordeiro HR. Pressão Arterial: cultive um saudável estilo de vida. 2012;19–34. Available from: https://www.apn.org.pt/documentos/ebooks/Pressao_Arterial.pdf

2. médis. HIPERTENSÃO Guia de Saúde.

3. SANTOS TASLP. Hipertensão Arterial em Portugal – O Custo do Controlo. 2019;

4. Hipertensão SP de. Guidelines de 2018 ESH/ESC para o Tratamento da Hipertensão Arterial [Internet]. Vol. Suplemento, Revista Portuguesa de Hipertensão e Risco Cardiovascular. 2020. (12,36,56,81,88)3-90. Available from: https://www.sphta.org.pt/pt/base8_detail/24/89

5.Silva IV. Hipertensão Arterial e Envelhecimento. 2014;1–69.

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